quarta-feira, 27 de junho de 2012


Filme Europeu – 7a Bienal de Berlim e os “Pixadores” 
Fundação Cartier
Fundação Cartier 2009
Junho de 2012. Bienal de Berlim. O artista polonês Artur Zmijewski  curador da Bienal de Berlim convida um grupo depixadores paulista para ministrar workshop dentro da programação das mais importantes exposições de arte da Alemanha.  Não foi a primeira vez que pichação é elevada a categoria de arte e nem foi a primeira vez a pisar na Europa. Em 2009 foi apresentada na exposição sobre Graffitti na Fundação Cartier em Paris. Hervé Chandès, diretor da Fundação se encantou ao ver o o documentário “Pixo” de João Wainer. “Era disso que precisávamos, algo novo, selvagem e desconhecido”, exclamou Thomas Delamarre, um dos curadores da mostra.
Na Bienal de Berlin o tema do ano  é “Forget Fear”.  A arte pragmática interferindo concretamente nos problemas do mundo. Como diz o curador, encontrando respostas e não perguntas.
“The first publication of the 7th Berlin Biennale—Forget Fear—is a report on real action within culture,on the uses of artistic pragmatism. It is about concrete dealings by artists, curators, and politicians that lead to visible effects. We’re interested in finding answers, not asking questions. We’re interested in situations where art acts for real and solutions are proposed and implemented responsibly. We are interested neither in preserving artistic immunity nor in distancing ourselves from society. We consider politics to be among the most complex and difficult of human activities. We sought out people—artists, activists, politicians—who engage in substantive politics through art.
Sob essa perspectiva o grupo de pichadores convidado explicava para a platéia acomodada na Igreja St. Elisabeth-Kirche do século XIX em Berlin a razão da sua presença no evento. Ao final o curador Artur Zmijewski  pediu a eles para que fizessem uma demonstração.
Igreja St. Elizabeth – 2012
Djan Ivson, um dos pixadores disse-lhe  que não seria possível demonstrar  “pixação” limitando-se a área definida pela organização porque justamente a pichação é transgressão.  Enquanto os 2 discutiam outros 2 pichadores escalavam as paredes da Igreja e já traçavam algumas linhas. Enfurecido com a atitude de seus convidados o curador literalmente joga um balde de água em Djan que por sua vez arremessa um tubo de tinta no curador e contra-ataca  partindo para a pichação descontrolada sobre as paredes da igreja. Veja mais e ouça o depoimento de Djan na reportagem da Folha.
Igreja St Elizabeth 2012
Enfim, o saldo inesperado. A polícia presente, o prejuízo financeiro, cancelamento de demais atividades que aconteceriam no espaço interditado, o curador chamando o grupo de irresponsável  e a tristeza da população local com o fechamento da igreja por tempo indeterminado.
Por outro lado, manifestações a favor do grupo também surge entre artistas e pixadores.

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