terça-feira, 29 de julho de 2014

Uma cidade de crochê

Entusiasta do crochê adere à onda europeia e espalha seu trabalho pelas ruas de Curitiba

07/07/14 às 21:33   |  Rodolfo Luis Kawalski - especial para o Bem Paraná

Nesta semana, Suzana começou a enfeitar todas as árvores da quadra onde mora, no bairro Tarumã (foto: Valquir Aureliano)
Os meninos fazem graffiti, as meninas, Yarn bombing. A arte urbana, bastante comum na Europa, consiste em “vestir” lugares públicos de crochê ou tricô, dando nova cara aos cenários cinzentos das grandes cidades. No começo de 2012, o “bombardeio” de fios chegou ao Brasil por meio da artista plástica gaúcha Letícia Matos, que j interviu artisticamente em cidades como Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e até mesmo Buenos Aires, na Argentina. Agora, a arte invade Curitiba através das mãos e do esforço da dentista aposentada Suzana Pinheiro Bitencourt, de 58 anos.
Suzana aprendeu a fazer crochê com uma tia quando tinha apenas 12 anos. A vida, porém, acabou a afastando-a do artesanato: vieram os estudos, o trabalho e os filhos (dois, ambos já casados). Após se aposentar, porém, acabou redescobrindo a paixão de bordar. Começou fazendo peças em casa para amigos e os filhos. Depois, por meio da internet, acabou descobrindo o Yarn Bombing.
“Sempre fui muito viciada em crochê e ficava pesquisando coisas na internet. Foi assim que descobri o Yarn Bombing, um movimento no qual as mulheres fazem crochês e tricô em lugares públicos, embelezando a cidade e a tornando mais feminina. Comecei fazendo numa árvore aqui em casa e chamou muita atenção”, afirma a aposentada, explicando que a arte urbana seria uma espécie de “correspondente feminina” do graffitti, que , segundo ela, é uma arte urbana “muito masculina”.
E agora, os vizinhos de Suzana é que irão ganhar uma rua mais colorida. É que a ex-dentista planeja enfeitar toda a quadra onde mora, no Tarumã. Até agora, seis árvores já foram “vestidas”. A previsão é que daqui um mês esteja tudo pronto.
“Eu trabalho umas seis horas por dia no crochê. Eu sou bem viciada. Como não tem o que fazer, fico em casa fazendo crochê. Agora quero enfeitar todas as árvores da minha casa, mas depois não sei... Gosto muito de fazer (yarn bombing) na cidade”, afirma a artista.
http://www.bemparana.com.br/noticia/335536/uma-cidade-de-croche

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