MEDUZA . . . GRAFFITEIRA de São Paulo, entrevista & profile.. .
1- Meduza em primeiro lugar, quero me apresentar .. . Meu nome é Andrei soares, tenho 32 anos e sou de Belo horizonte, bairro União, zona Nordeste da capital mineira. Ultimamente tenho me direcionado mais ao blog, a pixação e ao BOMBI, confesso que por uma dose de preguiça tenho deixado o graffiti um pouco de lado. Agora, queria saber um pouco sobre você, seu nome, onde mora, qual sua dedicação artística (Graffiti, pixação, BOMBI, outra)? Além, da grife e Crew.
Meu nome é Renata Santos, moro na periferia de São Paulo, comunidade de Sapopemba Zona Leste. Minha dedicação primeira e base de toda a minha história artística e de rua foi a pixação, e por consequência o graffiti.
2- Meduza, qual sua formação acadêmica e como é sua relação com a arte, quando e como começou?
Sou formada em Pedagogia, licenciada para dar aula nas séries iniciais e em gestão escolar, porém optei em trabalhar com arte educação e sou coordenadora pedagógica de um projeto chamado SCUTAI (www.scutai.blogspot.com) o qual esta em funcionamento atualmente. Mas também já coordenei outros projetos por leis de incentivos da Secretaria de Cultura Municipal – Graffiti arte para Cidadania (www.graffitiartecidadania. blogspot.com), Secretaria de Estado da Cultura (www.arteparacidadania. blogspot.com), projeto Sementes (www.2ementes.blogspot.com), além de ter participado de diversos outros trabalhos significativos para meu crescimento profissional e artístico assim como: Intercâmbio Cultural realizado na Itália Cidades Verona, Sicília, Roma, Trento, Florença e Palermo, Exposição Pixo logo Existo na Pinacoteca do Estado, Exposição Vertigens Urbanas – Galeria Olido, Programa São Paulo é uma Escola, entre outros.
Comecei a pixar Meduza em 1994, e fui convidada a fazer Nada. ? . Somos a aliança de pixo que faço parte até hoje. E em 1996 namorado e amigo pixadores ( Rapto Tito e Bug Daus Lai) inventaram a 2 Mil Famíla com ideais e inciação ao graffiti totalmente underground, no início tive uma certa resistência pois gastava muito material para a realização de um graffiti e eu gostava mesmo de pixar, mas desde então fui também arriscando nas minhas letras e esta família esta junta até hoje, no desenvolvimento de trabalhos e principamente na amizade.
Comecei a pixar Meduza em 1994, e fui convidada a fazer Nada. ? . Somos a aliança de pixo que faço parte até hoje. E em 1996 namorado e amigo pixadores ( Rapto Tito e Bug Daus Lai) inventaram a 2 Mil Famíla com ideais e inciação ao graffiti totalmente underground, no início tive uma certa resistência pois gastava muito material para a realização de um graffiti e eu gostava mesmo de pixar, mas desde então fui também arriscando nas minhas letras e esta família esta junta até hoje, no desenvolvimento de trabalhos e principamente na amizade.
3- Nos seus trabalhos percebi uma ligação com uma CREW de meninas, conte um pouco sobre isso.
A Fofuras Crew foi eu que inventei, convidei uns amigos pra fazer junto comigo mais eles falaram que era de gay, então fazia sozinha a crew de 1 pessoa só. E depois de um tempo foram surgindo mais mulheres na cena do graffiti, algumas até pediram para lançar fofuras comigo, outras convidei e hoje conta com 5 minas . A idéia também é de fortalecer o graffiti feminino buscar e criar oportunidades mostrando que as mulheres hoje conquistaram e continuam conquistando seus espaços no que se refere a arte de rua.
4- Para os belo horizontinos, em geral essa atitude chega a ser quase um tabu. Nisso, já fica aqui meu apoio pessoal, admiração e parabenizo vocês por dedicar toda essa energia e sensibilidade peculiar, que fica estampada nos seus trabalhos . Queria que você me falasse mais a respeito destes trabalhos dedicados a CREW, qual é a temática (poética)? Vocês tem preferência por alguns “picos”?
Cada qual tem seu estilo algumas fazem letras, outras personagens tem a qual desenha de tudo e um pouco mais, e assinamos Fofuras. Num tem poesia não. Os lugares preferidos é onde tem tinta, muro/parede e cerveja.
5- Quanto a Crew, quem são e quanto tempo estão juntas?
Eu Meduza, Nena, Riska, Injha e Pati Plié. A Fofuras Crew assino deste de 1998 mais só em 2007 que as minas chegaram para a fortalecer.
6- Agora vem uma pergunta talvez “áspera”, por causa da Crew você em algum momento já se sentiu limitada? Assim derrepente, em algum momento a temática da Crew era uma mas você vislumbrou outro tipo de trabalho, ou não, a Crew te dá liberdade para criar, ou sua linha criativa se adéqua 100% à Crew?
Bem complicada a pergunta, pois bem num faço nada de tema que me pedem, só faço mesmo o que sei e que quero e que gosto, nada de burocracia, por isso talves com meus 16 anos no mundo do graffiti não evolui muito. Tudo tem seu preço.
7- Qual é sua pré disposição na hora criar? Cores, tipos de traço, picos, temática, etc.
Infelizmente não tenho pré disposição para criar, não faço esboços, faço no freestyle direto no muro. As cores é o que tiver, o traço é o que sair busco caprichar, e a temática é sempre a mesma Meduza.
8- Recentemente ouvi falar em “Dialética” dentro da cena do graffiti, que em tese vai muito além da temática, ela cria uma certa identidade visual no artista e talvez crie até mesmo uma noção de continuidade e ligação entre os trabalhos, podendo se dizer cria a noção de um “avatar”. Essa idéia é bastante controversa, há quem apóia dizendo que além de se formar uma identidade nos trabalhos e artista ela está proporcionando o surgimento de movimentos artísticos de vanguarda dentro da cena. Mas há quem discorda afirmando que essa atitude limita o artista além de rotular, o que eu você pensa?
Achei interessante esta ideia de Dialética, e vejo que há muitos artistas que já ganharam uma identidade nos seu trabalhos aqueles trabalhos que olhamos e já sabemos que foi quem fez. Busco criar minha identidade tenho meu trabalho como um rótulo mesmo sempre faço varias letras iguais mudo apenas as cores, estilo pixação que as letras são sempre iguais, e busco sempre deixar legível meus pieces para que possam todos lerem meu nome.
9- Daqui prá frente o que podemos esperar de Meduza?
Em 2011 como sempre, acaba o carnaval começa o ano para mim, e já estão aparecendo diversas oportunidades, uma delas é que o trabalho da 2 Mil família (Meduza, Otito, Lai e Zags) e de amigos graffiteiros estarão exposto nas janelas da Pinacoteca do Estado apartir de maio, continuo na coordenação do projeto SCUTAI, dia 30 de abril participação no Free Arte Fest http://www.revistaelementos. com.br/freeart1/, e cuidar de casa, filha, marido trabalhar e estudar, e muita arte nas ruas.
10- Espaço aberto.. .
Agradeço a você Andrei Soares pela a oportunidade de colocar um pouco sobre meu trabalho aqui neste breve depoimento.
E aproveitando este espaço para sobrepor uma questão que venho martelando em palestras e diálogos que venho participando ultimamente relacionado as dificuldades que nos mulheres temos em dar continuidade neste movimento. Em 1996 quando começei havia poucas mulheres writers, hoje há varias isso é uma grande conquista para nós. Mas ao passar do tempo nós mulheres nos sobrecarregamos, temos filhos, casamos, cuidamos de casa, trabalhamos fora, estudamos etc. E posso dizer que nós mulheres somos guerreiras pois apesar de todas estas dificuldades acreditamos e damos continuidade a esta magnifica arte de rua GRAFFITI.
E aproveitando este espaço para sobrepor uma questão que venho martelando em palestras e diálogos que venho participando ultimamente relacionado as dificuldades que nos mulheres temos em dar continuidade neste movimento. Em 1996 quando começei havia poucas mulheres writers, hoje há varias isso é uma grande conquista para nós. Mas ao passar do tempo nós mulheres nos sobrecarregamos, temos filhos, casamos, cuidamos de casa, trabalhamos fora, estudamos etc. E posso dizer que nós mulheres somos guerreiras pois apesar de todas estas dificuldades acreditamos e damos continuidade a esta magnifica arte de rua GRAFFITI.
Obrigado 26-04-2011.
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